A partir de um convite do Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Unidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), o Arcebispo Metropolitano de Santarém, Dom Irineu Roman, visitou na manhã desta quinta-feira, 04, a diretoria do Isco para acompanhamento do processo de produção de medicamentos fitoterápicos na Farmácia Universitária (FarmaUfopa).
A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Arquidiocese de Santarém, através da Cáritas Arquidiocesana, as Irmãs Franciscanas de Maristella e o Instituto.
Também estiveram nesta visita as Irmãs Núbia e Fátima Paiva, Franciscanas de Maristella; a coordenadora do Setor de Projetos da Arquidiocese, Francely Brandão; o coordenador das Pastorais Sociais, padre Luiz Carlos Fernandes; e a psicológica na Arquidiocese, Rita Guimarães.
A fabricação dos medicamentos deve iniciar na última semana do mês de agosto, e a distribuição será gratuita. Os beneficiários são pessoas em situação de vulnerabilidade social, que começaram a apresentar problemas de saúde mental, como insônia, depressão e ansiedade durante a pandemia da covid-19. O convênio foi assinado em julho de 2021, mas aguardava-se a liberação da Vigilância Sanitária municipal para a produção dos fitoterápicos.
A autorização saiu em julho deste O Diretor do Isco, prof. Dr. Wilson Sabino, destacou que esta visita teve dois objetivos: “Uma é aproximar ainda mais a universidade da arquidiocese de Santarém, e a segunda, é como se fosse uma prestação de contas de todo o processo deste acordo de cooperação”.
Na visita foi apresentado como surgiu esta iniciativa, a assinatura do convênio, as plantas medicinais escolhidas para os fitoterápicos, dentre outras etapas.
O Arcebispo Dom Irineu mostrou-se impressionado com o avanço deste projeto. “É uma parceria que está tomando proporções muito interessantes, porque envolve a universidade, a comunidade e aqueles que trabalham com esse tipo de produção [o plantio das plantas medicinais].
Isso vai beneficiar a população, principalmente aqueles que mais precisam desse tipo de tratamento. Já tem a aprovação da Vigilância Sanitária de Santarém, e isso é muito importante. Estamos trabalhando de forma correta”, ressaltou o metropolita.
Esta iniciativa de produção de medicamentos fitoterápicos surgiu ainda em 2021. Francely Brandão conta que tudo começou durante a campanha de Combate à Fome, organizada pela Cáritas da Arquidiocese em decorrência da pandemia: “Nas visitas às comunidades, nas famílias que estavam em situação de fome, foi percebido que não era só a fome que o povo estava passando. As pessoas estavam adoecidas psicologicamente. Era medo, ansiedade, estresse, insônia e foi aí, então, que junto com a FarmaUfopa pensamos sobre como atender essas comunidades em sofrimento.
Então surgiu a proposta da fabricação de medicamentos fitoterápicos a partir de plantas medicinais”.
Os recursos vieram da Missionszentrale der Fransizkaner, entidade central dos Franciscanos na Alemanha, a partir de um projeto enviado pelas Irmãs Franciscanas de Maristella, juntamente com a Arquidiocese. Foi destinado um valor de 15 mil euros. A Irmã Fátima Paiva explica como foi o processo: “Eu lembrei da Missão Central dos Franciscanos, na Alemanha, que é uma entidade da família franciscana que ajuda com projetos para o nosso trabalho enquanto franciscanas. Fizemos o projeto para a Missão Central e ele foi aprovado. Nós, como irmãs franciscanas, temos acompanhado desde a discussão inicial e com a graça de Deus nós conseguimos a doação”.
Inicialmente, a produção será a partir do maracujá (a espécie Passiflora spp). Serão utilizadas as folhas do fruto. Nessa primeira etapa, pretende-se fabricar mil frascos, com 60 cápsulas cada, a partir do extrato seco da Passiflora, que já foi adquirida.
Pascom/ Santarém
