A queda de mais de 11% sofrida por JK é visivelmente vista como aceita por sua coordenação de campanha.
Jorge Augusto Morais
Em Abril deste ano, o candidato JK do Povão (PL) liderava as pesquisas, segundo pesquisa da Destak, com uma vantagem de 7% sobre seu principal adversário, Zé Maria Tapajós (MDB).
No entanto, o cenário mudou drasticamente ao longo dos meses. Zé Maria não apenas alcançou JK, mas consolidou uma virada significativa, apontada pela última sondagem da Destak, que o coloca com 53% dos votos válidos contra 37% de JK.
As movimentações de JK, que incluíram até uma tentativa judicial para barrar a divulgação dos resultados, refletem o desespero de sua campanha diante de uma queda acentuada de popularidade.
A primeira pesquisa Destak para prefeito de Santarém, divulgada no dia 19 de abril deste ano, apontava uma vantagem para o candidato JK do Povão de (PL) sobre Zé Maria Tapajós de 7%. JK do Povão pontuou 42% dos votos válidos, enquanto José Maria Tapajós apareceu com 35%.
No dia 26 de junho, uma nova pesquisa foi divulgada e JK do Povão manteve a liderança com 48,1% dos votos válidos contra 41,8% de Zé Maria Tapajós (MDB).
Já no dia 23 de julho, a Destak divulgou nova sondagem na qual JK apareceu com 45,2% e Zé Maria com 42% cravados.
A Destak então realizou nova pesquisa e divulgou no dia 09 de setembro. Nela, JK aparecia com 39% e Zé Maria com 48%. Uma queda considerável.
E no dia 16 de setembro, uma nova pesquisa revelou a consolidação de uma virada: Jk com 36% e Zé Maria com 53,3%. O resultado fez com que, inclusive, JK ‘entrasse na justiça’ para censurar a sondagem, mas teve o pedido indeferido pela justiça eleitoral.
Na última pesquisa divulgada pela Destak no dia 27 de setembro, agora, Zé Maria consolida 53% dos votos válidos contra 37% de Jk do Povão, cenário que configuraria a vitória do candidato do MDB no primeiro turno.
A queda de mais de 11% sofrida por Jk é visivelmente vista como aceita por sua coordenação de campanha. Tanto que houve uma reviravolta na campanha de JK. Ele começou a divulgar propostas, cerca de 90% as mesmas de seu adversário, a aparecer menos agressivo e mais conciliador. Também adotou uma identidade visual de candidato. No entanto, a mudança mais significante foi a troca de alvo. JK deixou o prefeito Nélio Aguiar de lado e começou a atacar Zé Maria e o governador Helder Barbalho.
A queda vertiginosa de JK do Povão nas intenções de voto pode ser explicada por sua demora em se conectar com o eleitorado e a falta de propostas consistentes que o diferenciassem de seu principal adversário. Inicialmente, focado em ataques ao prefeito Nélio Aguiar e preso à dinâmica das redes sociais, JK levou tempo demais para sair das interações virtuais e partir para ações mais presenciais, como carreatas e caminhadas, além de demorar a apresentar um plano de governo claro e robusto.
Quando finalmente começou a divulgar propostas, cerca de 90% delas já eram defendidas por Zé Maria, o que minou sua credibilidade. Esse atraso na comunicação e a falta de inovação em suas ideias acabaram afastando eleitores, que buscaram em Zé Maria uma opção mais concreta e confiável para o futuro de Santarém.
*Jorge Augusto Morais é Bacharel em Direito e Cronista