9 de abr. de 2022

Almir Silva, o grande amigo "paraense" do Rei Roberto Carlos!!!

Sempre que a saudade aparece em forma de recordações e se transforma em pensamento escrito, eu olho através das nuvens, um mundo que nem mais existe..mas dentro de mim,  surge e sei que esse mundo dos meus sonhos um dia se vai comigo.

As ondas da recordação se vão e quando vem, quase sempre trazem as mesmas emoções  que levaram quando eu cresci…e me tornei fonte de recordações, mais nada.
Mas essa história também é interessante; Anos 80, eu começando na Folha de Belém, jornal do saudoso José Miranda. Subindo a rua, na Gaspar Viana, zona referencial de prostibulos na época, em contraste se erguia imponente o prédio do Jornal Liberal.

Na redação envidraçada, reunião de pauta, Luiz Paulo Freitas, saudoso, assinando na coluna Paulo Zing,  teve a ingrata  idéia de entrevistar o "rei" Roberto Carlos, que chegava a Belém para fazer um show na Assembléia Paraense e estava hospedado no Hotel Hilton, na época recém inaugurado. 


Foi então que alguém lembrou: "aqui em Belém o unico que conhece o Roberto é o Almir Silva, temos que encontrar ele!!!".

Almir Silva todos sabiam onde encontrar: na zona do meretricio, por trás do Mercado de Peixe do Ver-o-Peso.  E assim foram.


Poucos minutos, Almir Silva, um homem que falava alto, andava sempre com a camisa aberta, realmente fora dos padrões, foi encontrado. 

O diálogo foi curto e direto: "a gente quer entrevistar o Roberto Carlos"! "Tudo bem, vamos lá", respondeu Almir.

Poucos minutos chega no Hilton Hotel o Almir e mais a equipe do jornal e também da Tv Liberal, a Globo local, que "pegou carona" na comitiva inusitada.


Sente o drama: Hilton Hotel cheio de gente em volta, parecia que toda Belém estava ali pra ver o Roberto.

Seguranças, curiosos, fãs o escambau.

Almir Silva aparece e vai entrando, seguido pelo pessoal da TV Liberal. Para espanto de todos. 


Almir e seu séquito, conseguem chegar na recepção do Hotel. Todos assustados com aquele pessoal, seguindo um cara com camisa semi aberta, meio mal encarado:"liga pro Roberto Carlos, diz que o Almir Silva tá aqui!!!".

Com certeza a moça da recepção deve ter ligado pra suite do "rei" só pra ver a humilhação que aqueles malucos iriam passar, até por que dizem que ela ficou assustada dos berros daquele homem mal educado e até "cheirando" suor forte.


Minutos depois a resposta: o próprio Roberto ao telefone, querendo falar com o Almir?!?

"Alô Bicho sou eu. Tem um pessoal da TV que quer te entrevistar"!


E todos subiram, para espanto da recepcionista e dos presentes. E assim a entrevista, exclusiva por sinal, foi feita. 

Mas como é que o Roberto Carlos foi conhecer um tipo tão esquisito assim!!!??? Eis a questão. 

Foto/acervo Guilherme Giannini
O maior cantor romântico do Brasil, quando iniciou na carreira, estava hospedado no Hotel Vanja, no bairro de Nazaré, na capital, Belém. 

Ouvindo o rádio, nessa época só AM, reconheceu a voz de Almir Silva por quem o artista já tinha sido entrevistado no Maranhão. 


Os dois se reaproximaram, no estúdio da antiga Rádio Marajoara, e a quimica aconteceu. 

Almir Silva, famoso por apresentar o programa "Alô Alô Interior", (bem no estilo do saudoso Gérson Grigório), a noite saia com o jovem cantor, que tinha recém lançado "O Calhambeque" para fazer shows nos circos e bares da Vida.  


Roberto pelas ruas de Belém, carregando seu violão, seguindo um cara grande e com um jeito muito peculiar em ser grosseiro, mas de bom coração.


É que início dos anos 60, sempre havia circo armado no Largo de São Braz, nas imediações do Terminal Rodoviário, onde sempre o "empresário" , na maioria dos casos semi embriagado, levava o garoto pra se apresentar. O cachê quase sempre era a grana pra pagar a passagem de avião, na volta do Roberto, enquanto Almir recebia sua parte literalmente "liquida".


E foi por obra e graça dessa amizade com o Almir Siva, que o então "iniciante" Roberto Carlos Braga, conheceu as primeiras luzes do estrelato, e também os bares, circos e prostibulos  de Belém de outrora.


Por essa razão, toda essa intimidade por tantas décadas.  

Tempo passou, Almir Silva se foi em 2002. 


Mas ainda lembro: encontrei com ele anos antes, no ver-peso, pedi pra fazer uma matéria com ele pro Jornal Popular, onde eu trabalhava.


Dias antes, tinha planejado;

e até dito pro diagramador Júlio Brasília, hoje no Diário do Pará, que ele aprontasse a página pra minha grande matéria, que tinha até título. 


Falei pro Júlio: "vamos colocar foto do Almir Silva e a manchete "O meu amigo Roberto Carlos ". Almir se foi, não fiz  a "grande" matéria. Fiquei chateado por muito tempo…


Mas enfim, se chorei ou sorri, importante que emoções eu vivi. E hoje, conto pra vocês. Coisas de Velho, que chegam com o inverno emocional em nossos corações. 


Curiosidade/ No Museu do Detran, em Belém, existe uma cópia da Carteira de Motorista do Roberto.

É que na época não existiam carros adaptados, e os carros do "rei" são todos normais, apesar dele ter deficiência na perna esquerda, prótese. Em Belém, foi "facilitada" a CNH do "rei".


Parabéns ao Roberto, no dia 19 de Abril.


Carlos Cruz é repórter

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