Guardada a sete chaves na catedral italiana de Turim, uma peça de linho com 4,5 metros de comprimento e 1,1 de largura desperta uma polêmica que já dura séculos: o tecido teria coberto o corpo de Jesus após a crucificação ou isso não passaria de uma fraude histórica?
A Igreja Católica é prudente em relação ao tema, não confirma a veracidade da relíquia.
De qualquer forma, nas ocasiões em que o Santo Sudário é exposto ao público, ele atrai multidões: em 2010, mais de 50 mil fiéis se dirigiram à catedral de Turim para reverenciar a peça.
Fruto de investigações científicas nas últimas décadas, o Santo Sudário passou por uma nova bateria de estudos: de acordo com um artigo publicado pelo jornal Journal of Forensic Sciences, os padrões de marcas de sangue que estão no tecido não correspondem às condições reais de ferimentos no corpo humano.A pesquisa conduzida por pesquisadores da Liverpool John Moores University, no Reino Unido, e pela Universidade de Pavia, na Itália, é mais um indício que corrobora a tese de que o Santo Sudário seria uma habilidosa falsificação realizada durante a Idade Média. Para chegar à conclusão, os cientistas utilizaram sangue de verdade (além de combinações sintéticas): manequins e voluntários humanos — que não foram feridos, é bom ressaltar — serviram como modelos para verificar como o sangue se impregnaria ao tecido.
De acordo com os pesquisadores, alguém que sofresse um processo violento como o da crucificação (além de ter o seu torso transpassado por uma lança) apresentaria marcas de sangue muito distintas daquelas presentes no Santo Sudário. Por sinal, a análise forense indica que a disposição dos padrões de sangue que estão no tecido da catedral de Turim seria coletado de um modelo humano que estava de pé — reforçando a tese da fraude.
Essa não é a primeira vez que o Sudário é colocado à prova: na década de 1980, pesquisadores realizaram o exame de datação por carbono-14 no tecido e concluíram que a suposta peça mortuária era bem mais recente do que se supunha — a peça de linho fora produzida entre 1260 e 1390. A pesquisa foi colocada em dúvida por outros cientistas: contaminações bacterianas e o uso de pedaços de tecido de épocas diferentes durante o restauro da relíquia não permitiam chegar à conclusão que o Sudário era uma fraude.
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Com informações/ Revista GALILEU