Comadre Vivi bem que estranhou, nas achou melhor ficar calada quando o Leozinho chegou, amarrou a montaria; vinha trazendo um diacho d’ um livro debaixo do braço e com a rede de pesca no ombro. Cismava que Leozinho não estava bem intencionado. Mas cismou, sim, e cisma de mulher é muito mais certa que faro de cachorro caçador. Foi entrando no barraco, deixando as “pratiqueira” do lado do pote, ato contínuo foi avisando, exalando bafo de cachaça e sacanagem pelas ventas: “Muié, hoje vamo trepá deferente. Vamos fazê Kama Sutra”!!!
Mesmo sem saber do que se tratava, Vivi, na quentura da carne que já caminhava pra chamuscar no calor da menopausa, mostrou com sorriso maroto que estava preparada para o “combate“.
Sorte que no barraco, além do cachorro, do gato e dos periquitos, o que estava na gaiola e o que “aguava” entre pernas, só estava a mais o ar de safadeza que bastava por tudo.
E na rapidez de uma votação em plenário, sem dar tempo de reação em pé ou sentado para aprovação de projeto, Leozinho literalmente subiu pra cima do da Vivi, que engoliu célere e molhado e sapeca!!! Haja.
Deixa estar que Leozinho até que cadenciava bem, Vivi seguia no ritmo e som da safadeza…mas eis que ele se lembrou do livro que trazia, tar de Kama Sutra, e resolveu testar.
Dito e feito, a cama e o colchão de mola do casal, comprado de segunda mão à prestação foi pouca…era um tal de sobe e desce, sumano, estica puxa, abre perna, sacode braço.
Imagine parente; uma vez Vivi tava por baixo, outras de lado e Leozinho por riba e por baixo. Haja ripa!!!
Égua, tava bom que dava gosto!!! Vivi arquejava, Leozinho rolava- literalmente- entra e sai,mela no molhado, sai e entra.
Foi quando Vivi e o parceiro de cama e mesa notaram que deram nó. Isso mesmo sumano, deram nó!!!
Vivi emboletada, Leozinho em pânico. O jeito foi gritar pelos vizinhos.
-Acuda dona Graciete. Seu Gito, Pelo Amor de Deus!!! Foi depois de muito grito, desespero, que os vizinhos vieram pra acudir.
Trabalho maior foi desatar o nó humano.
Leozinho bem que ainda se gabou, depois de desatado com ajuda dos vizinhos, em ter tirado a madeira triunfante e ainda rija, de dentro do latejante priquito da Vivi.
Moral da historia; até hoje. no bairro do Curuçambá, em Ananindeua, todo mundo se lembra do casal Kama Sutra. Verdade verdadeira.
Passa lá pra confirmar…
Por; Hiroito Sedorga*
Foto, Cults 3d
*Hiroito Sedorga é sexólogo, sindicalista, garoto de programa e escreve neste espaço às terças feiras, depois da novena das seis.